Francês nascido em Sobral (CE) é 11º na patinação artística e disputa medalha

Do UOL Esporte
Em São Paulo

Oficialmente, o Brasil tem cinco competidores nas Olimpíadas de Inverno de Vancouver, no Canadá. No entanto, há um sexto integrante que não veste as cores do país e que atualmente tem poucas ligações com a pátria verde-amarela. Florent Amodio representa a França, mas nasceu na cidade cearense de Sobral.

Nesta terça-feira, ele foi um dos 24 atletas que passaram de fase na patinação artística e, com este resultado, segue na briga pela medalha de ouro.

“É um grande alívio, trabalhamos duro para estarmos prontos aqui. Realizei um grande programa em uma pista muito bonita, com um público monstruoso. Estou muito feliz. Vou agora me concentrar (para a final)”, comentou Amodio, 11º colocado com 75,35 pontos, à TV France 2. O líder foi o russo Evgeny Plushenko, com 90,85.

Com a 11ª colocação – e a melhor performance da carreira - na disputa do programa curto da patinação, o “franco-brasileiro” está classificado para o programa livre, que será disputado na quinta-feira. Esta é a fase decisiva e que definirá o pódio da prova.
HISTÓRIA DE SUPERAÇÃO
Florent tem uma história parecida com a de dois brasileiros que representam o país em Vancouver: Jhonatan Longhi e Maya Harrison. Todos nasceram no Brasil e foram adotados ainda crianças por país estrangeiros. Enquanto Longhi foi para a Itália e Maya para a Suíça, ele acabou na França.
Depois de ter sido abandonado nas ruas de Sobral, no Ceará, ele mudou-se e começou desde cedo a patinar, aos 4 anos. Hoje já é considerado um dos atletas que brigará por medalhas douradas pela França. "Um grande talento e uma grande história", define Didier Gailhaguet, presidente da Federação de Desportos sobre o Gelo, ao falar do patinador em entrevista ao Le Parisien.

Para isso, ele ainda superou uma grave lesão nos tendões que o tirou por alguns anos dos treinos. Para provar que não tem sinais do problema, na sua estreia olímpica Florent fez a melhor apresentação da carreira.

O patinador francês chegou a vir ao Brasil para conhecer um pouco do passado. “Voltei ao Brasil com meus pais em 2007. Vi de onde eu vim. Estou consciente da minha sorte e de ter sido criado com tanto amor”, disse ao diário francês o patinador, que terá torcida dupla por uma boa prova nesta quinta-feira.